Resenha literária + reflexão: A busca pela vida perfeita por trás das redes sociais
- hangardeideias
- 19 de jun. de 2016
- 2 min de leitura

Recentemente li esse livro - que por sinal é muito bom e recomendo - onde a a jornalista e escritora Fabiana Bertotti, fala de sua experiência como usuária frequente das redes sociais; no livro ela conta como recuperou o equilíbrio de sua vida, voltou à aproveitar melhor o seu tempo livre e nos convida à refletir o impacto que o uso excessivo das redes sociais podem causar em nossas vidas. Às vezes tenho a impressão de que temos duas vidas: a que realmente temos e a que os outros pensam que nós temos de acordo com o que postamos, ou seja, a parte legal, editada e perfeita das nossas vidas. Aliás, essa superficialidade vem sendo alvo de estudos de diversos especialistas e rendido boas publicações - como o livro citado - e a conclusão é a mesma: usuários de redes sociais tendem à ser mais mesquinhos, depressivos e até invejosos. As pessoas se autodepreciam ao verem na rede as outras pessoas em suas fotos de viagens incríveis, seus corpos sarados e aquele relacionamento que mais parece ser de comercial de margarina. O fato é que invejamos as vidas dos outros, sem ao menos nos dar conta de que a realidade não é assim e pior, usamos a vida dos outros como parâmetro e acabamos por não valorizar o que temos de bom. Por outro lado, quem ''ostenta'' busca aprovação e popularidade vindas através dos ''curtir'' e esse comportamento revela por si só problemas de autoestima. Em resumo, tanto quem cobiça e quanto quem se exibe são prejudicados na ânsia de ocupar um vazio que não será preenchido na próxima atualização ou notificação. Já ouviu falar em clínicas para viciados em internet? Pois bem, aqui no Brasil isso ainda não está em evidência, mas no exterior isso já é uma realidade. É como se tivéssemos ficados escravos da vida digital e da necessidade constante de estarmos sempre disponíveis à qualquer hora e em qualquer lugar graças à nossos smartphones; eles são pequenos o suficiente para acompanhar o nosso dia-a-dia cada vez mais agitado, mas nos sugam um tempo precioso e que não tem volta. Tenho parado para observar as pessoas ao meu redor,numa roda de amigos e familiares por exemplo, a preocupação excessiva que eles tem de manter atualizada sua vida virtual. É um diálogo aqui, duas palavras trocadas ali e uma checada no celular; tudo isso num intervalo máximo de cinco minutos. Isso incomoda e muito. Falta olho no olho e por vezes sinto as pessoas desinteressadas nesse contato pessoal. A tecnologia aproxima quem está longe e distancia quem está perto, e cabe a cada um de nós ativar o alerta de que algo precisa ser mudado, a forma como temos conduzido nossos relacionamentos. Se a proposta de viver uma vida mais equilibrada e com menos cobrança te agradada, corre que ainda dá tempo. Chame os amigos para sair (sem o celular, claro!) leia mais, vá ao parque e pratique esportes. Use a tecnologia à seu favor e não deixe ser usado por ela. Você vai (re)descobrir que as melhores coisas da vida foram feitas para serem curtidas offline.
Beijos, Thais
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